梦见玫瑰花是什么预兆
![]() Chegada de Carlos Stuart a Roterd?o durante viagem de volta à Inglaterra, em 24 de maio de 1660. (Verschuier, 1665) | |
Data | 4 de abril-29 de maio de 1660 |
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Localiza??o | ![]() |
Também conhecido como | Restaura??o Inglesa |
Participantes | ![]() ![]() |
Resultado |
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Anterior | Interregno inglês (1649-1660) |
Posterior | Revolu??o Gloriosa (1688) |
A Restaura??o da monarquia inglesa teve seu início em 1660 quando as monarquias inglesa, escocesa e irlandesa foram todas restauradas sob o domínio de Carlos II, após o Interregno (1649-1660) que se seguiu à Guerra Civil Inglesa (1642-1651).
A Restaura??o da Monarquia Stuart nos reinos da Inglaterra, Escócia e Irlanda ocorreu em 1660, quando Carlos Stuart, filho mais velho de Carlos I (executado em 30 de janeiro de 1649), retornou de seu exílio na Fran?a, após receber um convite do Parlamento Inglês para assumir o trono. Antes disso, de 1653 a 1659, a Inglaterra viveu um período que ficou conhecido como Protetorado, com Oliver Cromwell à frente do governo, sendo sucedido por seu filho Richard Cromwell.
O termo "Restaura??o" é utilizado para definir os anos em que Carlos II (de 1660 a 1685) e seu irm?o Jaime II (de 1685 a 1688) reinaram. O período teve fim com a invas?o do príncipe holandês Guilherme de Orange, que iniciou a chamada Revolu??o Gloriosa, a convite de líderes do Parlamento. Maria, filha de Jaime II e esposa de Guilherme, assume o trono dando continuidade à Dinastia, entretanto, com um novo sistema de governo.
Antecedentes
[editar | editar código fonte]Richard Cromwell
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Nascido em 4 de outubro de 1626 e casado com Dorothy Major, filha de um escudeiro de Hampshire,[1] Richard Cromwell era o filho vivo mais velho de Oliver Cromwell, líder político inglês e Lorde Protetor da Inglaterra, Escócia, Irlanda e dos respectivos domínios. Por este motivo, ocupou lugar no Parlamento enquanto seu pai estava no poder, entre 1654 e 1656, onde se tornou membro do comitê de navega??o e comércio, adquirindo conhecimento sobre as aspira??es econ?micas da Inglaterra.[1] Com a morte de Oliver, em 1658, Richard foi declarado seu sucessor, como provável desejo de seu pai antes de morte e com o apoio do Conselho, em sincronia com o Lord Mayor e os cidad?os de Londres.[2]
Além desse posto, também sucedeu seu pai como Chanceler na Universidade de Oxford, em 1657, além de ser nomeado membro do conselho do Estado e da Camara dos Lordes no mesmo ano.[2] Esses fatos demonstram que sua aceita??o foi alta, apesar de algumas manifesta??es contrárias, como a que ocorreu durante sua nomea??o, em Oxford, onde alguns estudantes protestaram.[3]
Protetorado
[editar | editar código fonte]A inexperiência de Richard em ocupar cargos de tamanha responsabilidade se fez brevemente presente, demonstrando n?o ser t?o hábil como seu pai, Oliver Cromwell, em conciliar grupos opostos. Seus inimigos, porém, tornavam-se cada vez mais hostis em um momento em que a manuten??o do Protetorado exigia firmeza e coes?o em seu apoio.[4] O Partido dos Levellers e Commonwealthsmen se colocavam cada vez mais contrários às políticas adotadas, aumentando as tens?es entre os apoiadores do Protetorado e aqueles que n?o o eram.[5] As quest?es religiosas também se mostravam cada vez mais inflamadas, polarizando alguns grupos anglicanos e presbiterianos, os últimos se colocando quase inteiramente contra o Protetorado.[6] De fato, Richard e seu conselho n?o obtiveram sucesso em solucionar os problemas religiosos.[7]
Além desses fatores, o déficit financeiro se acumulava, chegando a alarmantes 2 milh?es anuais - na moeda da época.[8] Aumentavam as demiss?es e o exército perdia controle gradualmente.[9] Richard n?o acreditava que a ordem armada reconheceria sua lideran?a,[10] ao mesmo tempo em que o Parlamento denunciava as arbitrariedades do Protetorado.[11] Assim, Cromwell se viu em um dilema: apoiar o exército contra o Parlamento ou o Parlamento contra o exército.[12] Sua incapacidade de se manter firme no poder fez sua imagem frente ao exército entrar em declínio, aumentando as críticas a seu governo.
Ent?o, no início do ano 1659, Richard autorizou a conven??o de oficiais, a fim de formular uma peti??o ao Parlamento. Provavelmente, seu intuito era o de pressionar os parlamentares, porém, os oficiais subalternos elegeram rapidamente os membros mais suspeitos do governo para o comitê da peti??o, demonstrando seu temperamento.[13] Tais descompassos culminaram na revoga??o de seu mandato, no mesmo ano, após o Parlamento lhe propor aposentadoria, vivendo em paz e com o pagamento de uma pens?o. No início de julho, partiu junto com seu irm?o para o interior da Inglaterra. Desse modo, o Parlamento inglês decidiu que estaria findado o Protetorado.[14]
Restaura??o
[editar | editar código fonte]Caminhos para a Restaura??o
[editar | editar código fonte]Havia na Inglaterra do século XVII uma tens?o política por conta do novo regime parlamentar instaurado.[15] O Parlamento adotou as fun??es legislativas e jurídicas, assim como a fun??o do Protetor e o encargo, que até ent?o pertencia ao monarca, de elaborar políticas.[15] Impedindo a maioria dos representantes do povo, esse regime era lembrado, pela popula??o, pela alta taxa??o em impostos, bem como na arbitrariedade e centraliza??o de decis?es.[15]
De modo a aplacar os animos, um comitê de seguran?a, que tinha o objetivo de administrar o governo atual e elaborar os planos para os seguintes, foi criado.[16] Após o Conselho de Estado elaborar a comiss?o para esse novo comitê, em 25 de outubro de 1653, o general Monck envia uma carta da Escócia repugnando a a??o do Conselho de Estado juntamente com o nome de uma grande parte dos deputados que estavam sendo expulsos.[16] Uma desordem come?a a se instaurar pela falta de remunera??o dos soldados.
O ponto alto da crise foi atingido quando a Camara ordena a republica??o da Liga Solene e Pacto de 1643, de instaurar uma Igreja nacional sem bispos.[17] à beira da quarta guerra civil, o Longo Parlamento era finalmente dissolvido após uma manobra militar. Em meio a diversas disputas políticas, a possibilidade de uma restaura??o “constitucional” se foi.[18]
Exército
[editar | editar código fonte]Após o golpe, a ordem precisava ser restaurada e esse trabalho foi confiado às seitas.[19] Os sectários foram substituídos por soldados regulares, enquanto os grandes líderes propuseram um acordo que traria a unidade e a preserva??o da Igreja nacional.[19] As milícias se fortaleciam, enquanto os soldados, nesse tempo, se tornavam cada vez menos populares e, com a falta de pagamento das tropas, tudo se tornava ainda pior.[19]
A resistência do exército se tornava cada vez menos eficiente. A marcha do general Monck, vitoriosa até ent?o, transferiu a Hesilrige e seu partido o controle do exército da Inglaterra após dez anos.[20]
Parlamento
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Em 1o de junho de 1660, um ato dissolveu o Longo Parlamento e declarou existente um parlamento legal.[21] Esse, reunido em 1661, durou dezoito anos e ficou conhecido como Parlamento dos Cavaleiros.[22] O Ato Trienal, de 1664, por sua vez, previa sua convoca??o de três em três anos.[22]
Sob suspeitas de uma conspira??o papista, o Parlamento trama para excluir Jaime, que era católico, da linha sucessória. Esse período ficou marcado pelo receio de uma invas?o francesa e papista.[23]
No ano de 1679 o Parlamento é dissolvido por Carlos II. Logo em seguida se formam mais três parlamentos, que rapidamente também se dissolvem.[24] O Parlamento, durante o governo de Jaime II, foi bastante receptivo à Coroa.[25] Apesar disso, foi definitivamente suspenso após uma discordancia sobre um exército permanente, vontade real, e a reorganiza??o das milícias.[26]
Raz?es
[editar | editar código fonte]Houve algumas raz?es principais que desencadearam a Restaura??o, entre elas: a falta de popularidade, a reforma religiosa, a segmenta??o de alguns líderes republicanos, a crescente descren?a entre os soldados, a ausência de comunica??o entre os reformadores, a morte de Cromwell e o “puritanismo” e sua corrup??o.[27]
Política
[editar | editar código fonte]Nesta segunda fase da Dinastia Stuart, a monarquia foi restabelecida sob Carlos II, que aceitou o retorno ao poder após convite do Parlamento. Os Commons decidiram sobre o restabelecimento da monarquia hereditária.[28] Ao assumir o trono, embora tenha perdoado algumas manifesta??es contrárias a seu pai (Carlos I, morto durante a Revolu??o Inglesa), ainda assim executou 57 pessoas, em grande parte regicidas.[22]
Desse modo, iniciaram-se recrutamentos de milícias sob o controle do Rei, comandados pela aristocracia local.[29] Esse fator demonstra como, embora houvesse a restaura??o da Casa Alta, essa jamais teria pleno comando novamente.[30] Inclusive pelo fato de que institui??es antes consideradas segredos de Estado, tais como o exército, a marinha, o comércio e a Igreja, haviam sido comandadas nos últimos vinte anos pelos parlamentares. Desse modo, n?o poderiam mais contar com a n?o interven??o do povo inglês por meio de seus representantes. é possível perceber uma altera??o na mentalidade dos cidad?os referente ao absolutismo monárquico, o que resultou em uma das maiores mudan?as advindas das décadas revolucionárias de 1640-60.[30]

Os tribunais de Common Law, agora com sua supremacia consolidada, possuíam égide sob interpreta??o de Coke e parlamentares que o sucederam.[31] Enquanto agradassem ao rei, os juízes mantiveram seus cargos até 1701, quando ocorreu a restaura??o do controle parlamentar com o Ato de Estabelecimento.[32]
Para evitar que as classes inferiores voltassem a causar problemas, como os enfrentados durante a Revolu??o Inglesa, se estabeleceu, em 1661, o Ato contra Peti??es Tumultuosas, que proibia a coleta de peti??es com mais de 20 assinaturas para ser enviada ao Rei ou parlamentares.[32] O ato tinha como objetivo evitar as revoltas populares, já que auxiliaria a minar a tática de propaganda política dos Levellers e dos demais grupos que foram protagonistas nas revoltas populares.
Apesar de ter sido considerado um bom governante, houve algumas agita??es políticas durante o reinado de Carlos II. Entre essas, podemos destacar a queda de Claredon, uma vez que esse n?o conseguiu apoio na Camara dos Comuns e perdeu apoio real.[33] Após sua queda, houve o comando da governan?a real por ex-cromwellianos.[34]
Outra quest?o girou em torno do secreto Tratado de Dover, de 1670, que foi um acordo entre Carlos II e Luís XIV, rei da Fran?a, em busca de ajuda na Terceira Guerra Anglo-Holandesa. O acordo previa uma pens?o que forneceria autonomia para Carlos II cumprir sua parte do acordo, que era se converter ao catolicismo. O monarca prometera cumprir sua parte assim que fossem resolvidas as tens?es internas e externas em seu país. O boato desse acordo se espalhou e permeou as discuss?es políticas, fazendo crescer uma grande oposi??o a Carlos II.[34]
A desconfian?a por parte dos parlamentares e da nobreza veio, também, por conta de algumas de suas decis?es, como a escolha de ministros e comandantes de exército católicos, o constante fechamento do Parlamento, a submiss?o fiscal à Fran?a e seu pensamento mais alinhado à liberdade religiosa. A principal delas, entretanto, foi a alega??o de que seu irm?o Jaime, sucessor ao trono, era católico. Esse foi o fato de maior tens?o de seu governo. Em 1678, ent?o, o aventureiro Titus Oates delatou um possível compl? papista para assassinar o rei, promovendo a invas?o francesa na Irlanda e resultando em um verdadeiro massacre de protestantes.[23]
A revela??o culminou em uma enorme crise no governo, quando se buscou a execu??o de Jaime, para impedir a ascens?o de um rei comprovadamente católico ao poder. Dois partidos se formaram em meio à crise, os Wings a favor da execu??o e os Tories, partido que reunia a pequena nobreza e aristocratas ingleses. Carlos II se alinha aos “Tories” contra a execu??o de seu irm?o.[35] Esse partido se beneficiou devido às concess?es do rei e seu monopólio de administra??o local foi t?o completo que, anos mais tarde, seu irm?o Jaime II sofreu para conseguir o reverter.[36]
O monarca fecha novamente o Parlamento em meio à crise em 1681, e n?o o convoca novamente até a sua morte em 1685. Em seu leito de morte, Carlos II admitiu ser católico, o que aponta para a possível tendência política do monarca inglês.[37] No entanto, também comprova sua habilidade como articulador político, que conseguiu contornar crises e se manter no poder, mesmo que por alian?as duvidosas e muitos retrocessos, além de garantir a continua??o de sua dinastia, quando seu irm?o Jaime assumisse o trono como Jaime II da Inglaterra e Irlanda e VII da Escócia em 1685.
O que fica claro, no entanto, é que por mais que possam ter existidos conflitos de ideias, ambos, tanto a Corte, quanto os parlamentares, priorizavam uma rela??o amistosa. O primeiro, inclusive, tendo influência que sobressaía aos partidos políticos, contribuindo para a estabilidade social. Ao que parece, ambas as partes ainda guardavam na mente as memórias da guerra civil.[35]
Economia
[editar | editar código fonte]As terras
[editar | editar código fonte]A Declara??o de Breda, que previa compras, vendas e concess?es de terras, era uma decis?o de jurisprudência do Parlamento.[38] As terras que haviam sido confiscadas de monarquistas, da Igreja e da Coroa tinham que ser devolvidas, fato que resultou em uma grande parcela de terras designadas para a negocia??o privada.[38] Até ent?o, em algumas regi?es a rela??o patriarcal e feudal prevalecia, mas depois da expans?o da economia de mercado essas rela??es ficaram em segundo plano.[39]
A partir de 1660, a maior preocupa??o dos governantes e sua prioridade era manter uma certa seguran?a ao produtor e estimular a produ??o.[40] N?o havia, assim, mais uma precau??o com o agricultor e com o consumidor. A Coroa foi autorizada pelo Parlamento a demarcar e cercar terras florestais com o intuito de cultivá-las.[40] A Corte e o Parlamento tentavam ganhar eleitores e jurados favoráveis através do confisco de propriedades de cidades e burgos.[25]
O aumento da especializa??o e da m?o de obra fez com que os alimentos cultiváveis se tornassem a principal fonte de lucro, ultrapassando o pastoreio de carneiros,[40] assim como a planta??o de gramíneas e raízes tornou possível o abandono do sistema de rota??o.[41] Por fim, o crescimento no pre?o dos dotes fez com que a concorrência entre os pequenos e grandes proprietários aumentassem. [42]
A indústria e os pobres
[editar | editar código fonte]A Restaura??o pode ser vista como um momento histórico de ruptura, quando a Inglaterra deixa de ser um Estado semifeudal e passa a ser um Estado semimoderno.[43] O sistema capitalista se desenvolveu livremente sem nenhum obstáculo, pois o Estado n?o tinha a menor pretens?o de retornar ao antigo regime. Todavia, o licenciamento de 50 mil soldados, o fogo de Londres, a frota holandesa de Medway e a peste foram fatores determinantes para que o boom dos pre?os se estagnasse, fazendo com que a economia fosse abalada e a expans?o industrial vagarosa, porém, constante.[44]
Uma das principais consequências da Restaura??o foi a consolida??o das classes empregadoras,[45] já que a Inglaterra se fragmentou em duas classes: as massas e a classe dominante.[46] Havia muitas pessoas que trabalhavam por um salário miserável devido à situa??o da m?o de obra informal que impossibilitava o aumento dos salários.[47] Logo, uma nova categoria come?ou a surgir: a plebe.
Comércio e política externa
[editar | editar código fonte]No ano de 1660, um Ato de Navega??o foi declarado a fim de aumentar a circula??o do transporte marítimo e, entre os anos de 1660 e 1688, a carga da marinha inglesa duplicou.[48] Esse ato possibilitou o monopólio do comércio e consequentemente houve uma maior taxa de lucros. Todas as mercadorias importadas ou exportadas das col?nias da Inglaterra tinham que ser de propriedade irlandesa ou inglesa, caso contrário eram excluídos do comercio costeiro e colonial.[48]

Artigos que eram produzidos nas col?nias da Inglaterra, como algod?o cru, a?úcar, tabaco etc., só poderiam ser exportados para a Inglaterra ou para territórios de domínio irlandês. O que possibilitou que o comercio marítimo inglês se expandisse n?o foi apenas a??o do monopólio, mas também os baixos pre?os causados pela “produ??o em massa” e prosperidade em virtude da paz.[49]
Porém, de 1665 a 1667 ocorreu a Segunda Guerra Holandesa. Apesar de se opor a esse evento, Claredon foi considerado responsável por suas consequências desastrosas, que coincidiram com a Grande Peste, em 1665, e com o Grande Incêndio de Londres, em 1666.[22] Em 1667, uma frota holandesa destruiu navios ingleses no Tamisa, na regi?o de Medway, for?ando a Inglaterra a firmar um acordo de paz. Esses fatores culminaram no impeachment de Claredon em novembro de 1667.[23]
Finan?as
[editar | editar código fonte]A pequena burguesia e a nobreza foram a base da Coroa, enquanto o imposto de terra era constantemente atacado em 1668.[50] A revolu??o fiscal e o imposto sobre a propriedade só se concretizaram após a substitui??o do rei inglês por um rei holandês. Essa “revolu??o" na política fiscal só foi perceptível a longo prazo.[51]
Em vista disso, se constituiu um ramo novo no servi?o público, que foi a cria??o de um banco nacional, no ano de 1650.[52] A prosperidade da Inglaterra impediu que o Parlamento impusesse um jugo financeiro.[53]
O Primeiro Acordo
[editar | editar código fonte]Dada a Restaura??o e a chegada do rei a Londres, passou-se quase um mês. Enquanto poucos republicanos, ainda em desacordo com a Restaura??o, mantinham-se coléricos com a volta da antiga política, populares comemoravam nas ruas. O júbilo era presente em todas os locais, em prociss?es públicas, festividades que haviam sido proibidas durante os vinte anos que se passaram, restaurando-se uma cultura que havia sido subjugada e, agora, encontrava-se em possibilidades de express?o. Tal pano de fundo isolava ainda mais os descontentes com o processo.[54]
Assim, Carlos II iniciou o despejo de posseiros e inquilinos dos antigos palácios reais que, embora grande parte de suas joias e acervo artístico, como pinturas, n?o fora recuperado após a experiência republicana, grande parte se manteve conservada.[55] Seguiu-se, ent?o, um processo que se caracterizou pela restaura??o de cargos e diretrizes, mesclando postos entre os monarquistas, protetorados e Commonwealth, ditando-se por uma jun??o híbrida de cargos e comando.[55]
Para a recupera??o de terras, algumas compensa??es financeiras foram realizadas, todavia, nem todas as repara??es foram consideradas profícuas e satisfatórias pelos monarquistas.[56] Desse modo, o Conde de Derby, ent?o, criou duas leis particulares na Camara dos Lordes para readquirir suas possíveis terras.[57] Entretanto, ambas n?o foram promissoras, uma pelo sentimento dos Comuns de que as vendas realizadas de formas voluntárias n?o deveriam ser abatidas e a segunda que se caracterizava por oferecer compensa??o financeira aos compradores, pelo tempo escasso. Assim como esses, o Primeiro Acordo de Restaura??o também n?o oferecia repara??o para quem havia sido vítima de saqueadores.[57]
Ent?o, para que fosse reafirmado a todos que a Restaura??o era a representa??o e uni?o de ideias, Carlos II iniciou a lista de honras da coroa??o com uma mescla de homens de diversas posi??es políticas, até mesmo opositores.[58] Pouco depois, abria-se o Parlamento dos Cavaleiros, com Sir Edward Turner eleito presidente do Conselho. Elogiando o Ato da Independência, o rei acolheu as Casas, discursando de forma conciliatória e ratificando o direito de todos os n?o-conformistas pacifistas.[58] Porém, esses iniciaram suas aspira??es em suprimir grande parte das reformas constitucionais de 1641 e 1654, além de substituir o Primeiro Acordo de Restaura??o.[59]
A quest?o religiosa
[editar | editar código fonte]Ultrapassando todas as puni??es ou recompensas, a quest?o religiosa representou um grande entrave. Uma vez que se esperava uma Igreja nacional capaz de reunir as vertentes, com práticas flexíveis e diretrizes amplas. Durante o Interregno, inclusive, diversos clérigos se reuniram a fim de resolver essa quest?o, inclusive com um grupo monarquista desejando reduzir a sua forma mais primitiva, com amparo de presbíteros.[60]
Porém, em 1660, praticamente nenhuma paróquia possuía nem mesmo as antigas formas de servi?o e, durante a Páscoa, grande parte n?o conseguiu se comunicar, admitindo as proibi??es de antigas festas, feitas em 1640. Assim, o surgimento de uma nova institui??o da Igreja, que trouxesse a incorpora??o de algumas reformas e tolerancia em outras, era de boa recep??o por toda sociedade.[60]
O segundo acordo
[editar | editar código fonte]A Restaura??o foi excluída do Tribunal do Alto Comissariado e dos Canones, tirando o poder que os bispos tinham sobre o Laud, assim como o Parlamento também revogou a ordem pública da Liga Solene para excluir os bispos dos senhores.[61] As reformas que aconteceram em seguida beneficiaram principalmente a institui??o e os membros de classe.[61]
Um Ato da Conven??o que previa o estabelecimento de ministros desencadeou uma série de ataques organizados pelos Comuns e um maior empreendimento na defesa pelo governo.[62] Entretanto o que realmente causou muita tens?o e conflitos foram os três projetos de lei elaborados por monarquistas para a restitui??o das terras que haviam sido vendidas para pagar multas ou a recupera??o de lucros que foram obtidos por meio de terras confiscadas no período do Interregno.[62] A primeira lei apresentada foi a Lei dos Pobres de 1662, que acabou fortalecendo a autoridade dos juízes em suas respectivas localidades, que permitiu que pessoas recém-chegadas que habitassem um imóvel com um valor de menos 10 libras,[63] fossem deportadas para suas paróquias. A segunda lei, por sua vez, dizia respeito a um estatuto de 1661, que impunha uma pena e proibia a ca?a a veados sem permiss?o em qualquer terra. A terceira e última lei se referia a uma tentativa do Conde de Derby de possuir o cumprimento obrigatório da recompensa de suas terras. Todas essas partes serviram como refor?o para propagar privilégios e o controle social sobre a comunidade. Em geral o que os preambulos do estatuto queriam e defendiam era a restaura??o da velha ordem que lutaria contra as for?as proletárias que come?aram a produzir a degrada??o da antiga ordem.[63]
O fim da Restaura??o
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Com a morte de Carlos II em 1685, seu irm?o Jaime II assumiu o reino da Inglaterra, uma vez que o seu antecessor n?o havia deixado herdeiros legítimos ao trono. Com o apoio do Parlamento que, gra?as a reforma dos alvarás dos burgos, reuniu-se de forma mais favorável à Corte do que fora desde 1661,[25] iniciou seu reinado recebendo uma generosa pens?o e incluindo impostos.
Todavia, a paz ilusória durou pouco, tendo que enfrentar algumas rebeli?es logo após sua coroa??o,[25] entre elas a de Monmouth, onde Jaime II considerou precisar de mais homens para o seu exército, de preferência católicos, além de iniciar a forma??o de outro na Irlanda.[64] O fato de admitir católicos em seu exército culminou em grande preocupa??o dos parlamentares, inclusive por ir contra a tradi??o inglesa de se manter um exército profissional em tempos de paz. Diante da negativa do Parlamento, Jaime II o dissolveu[26] e, durantes três anos, atuou de forma a intimidar ou influenciar a pequena nobreza a reconsiderar o Ato de Prova, que lhe garantia supremacia.[65]
Em abril 1687, houve a emiss?o da Declara??o de Indulgência, suspendendo as Provas e possibilitando a liberdade religiosa para protestantes e católicos romanos.[26] Em julho do mesmo ano, a sua Rainha Maria de Módena deu à luz a um herdeiro. Esse foi o limiar para os protestantes, uma vez que, até ent?o, Jaime era pai de duas filhas protestantes, Maria e Ana, mas agora viam a possibilidade de uma dinastia católica se concretizar. Desse modo, em carta assinada por sete ingleses, foi enviado um convite para Guilherme (Príncipe de Orange e estatuder da Holanda, Zelandia, Utreque, Guéldria e Overissel da República dos Países Baixos, sob a denomina??o de Guilherme III) para que ele invadisse a Inglaterra.[66]
A instabilidade política e jurídica de Jaime II se fez presente e, mesmo após suas tentativas de reafirmar a proibi??o da coroa??o de um católico, os parlamentares n?o possuíam confian?a em suas decis?es. Ainda que a Segunda Declara??o de Indulgência prometesse a reuni?o de um novo Parlamento, a impress?o que ficava era a de que o Rei fechava e reabria o Parlamento de forma arbitrária, sempre quando fosse conveniente.[67] Assim, inicialmente confiando em seu exército, Jaime II se recusou a solicitar auxilio do Rei da Fran?a – inclusive por acreditar que iria contra o apoio dos ingleses. Todavia, com a chegada de Guilherme e sua tropa, houve diversas deser??es inglesas.[68]
Cerca de 11 mil homens na infantaria e 4 mil na cavalaria invadiram a Inglaterra sob o comando de Guilherme de Orange, no dia de Guy Fawkes. Jaime II tentou fugir ao aparentemente jogar o Grande Selo no rio Tamisa, sendo capturado por pescadores de Kent e levado a Londres novamente.[66] Porém, obteve permiss?o para fugir para a Fran?a. Sua filha mais velha, Maria, foi declarada rainha e governou junto a Guilherme de Orange, que se tornou seu marido, momento que ficou conhecido como Revolu??o Gloriosa.
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Bibliografia
[editar | editar código fonte]- DAVIES, Godfrey. The restoration of Charles II (1658-1660). Londres: Oxford University Press, 1969.
- HILL, Christopher. O Século das Revolu??es 1603-1714. S?o Paulo, SP: Editora Unesp, 1980.
- HUTTON, Ronald. The Restoration: a Political and Religious History of England and Wales, 1658-1667. Oxford: Oxford University Press, 1986.